[Diário de Bordo] Discos, discos e mais discos.

Não é novidade para ninguém que colaboro com a Omnichord Records. Não deve ser novidade para ninguém também que desde 2013 sigo o trabalho desta editora e que esta colaboração nunca aconteceria se eu não achasse que são do melhor que temos em Portugal. É a minha opinião, são os meus gostos e é aquilo em que acredito, ou o BM não seria o “blogue pessoal de Sofia Teixeira”. Vale o que vale. Como tal, dou-me à liberdade de dizer que acho que os três discos que lançámos este ano são dos melhores do ano. Se eu não achasse isso não os tinha trabalhado. Ponto final. Felizmente posso dar-me a essa liberdade, a minha profissão é outra, portanto eu acabo por apenas colaborar com aqueles de quem gosto. Drifter, dos First Breath After Coma, saiu em Maio deste ano e acho que mais palavras da minha parte são desnecessárias. Não me calei com eles ao longo do ano, pois raramente tenho visto uma evolução tão bonita como a que eles têm tido. Humilde, contida, firme, cheia de alegria e orgulho. Sun of Wolves, dos Twin Transistors, também saiu em Maio e depois tivemos Love Is You And Me Under The Night Sky, dos Nice Weather for Ducks, em Junho. São capazes de ter sido dos dois discos nacionais mais desvalorizados e/ou ignorados. E digo isto não por ter trabalhado com eles, mas porque os acho dois discos realmente bons, cada um no seu espectro, e ao vivo provam que há muito mais para além do que se pode ouvir numa rodela. Já não está na Omnichord, mas para mim é um dos nossos melhores artistas, e por isso tenho de destacar o novo trabalho de André Barros, In Between. Outro disco que acho que passou ao lado de tanta gente e é tão bonito, tão bem trabalhado, com composições tão completas. Escusado será dizer que, em 2016, a Surma não teve nenhum disco, mas foi provavelmente a artista portuguesa que mais tocou tanto em Portugal como no estrangeiro. Ou perto disso. Esta miúda é do melhor, tanto em termos artísticos como pessoais. Ouvi dizer que vêm novidades a caminho! E preparem-se que os Whales prometem um 2017 bem jeitoso!

Também em 2016 comecei a colaborar com os Lotus Fever e, como tal, também Still Alive For The Growth entra no meu top do ano. Esta é outra banda que ao vivo ganha toda uma outra dimensão. 

Mais discos do ano? Ora bem, fácil! Heart Beats Slow, de Mira, Un Lobo! é uma escolha tão óbvia quanto inevitável. O novo projecto do Luís tem uma intensidade e uma vibração que encaixou que nem uma luva nas minhas preferências sonoras. Não é à toa que o convidei logo para o aniversário do blogue. O mesmo acontece com Daily Misconceptions e o seu Our Little Sequence of Dreams. Há algum tempo que sigo o trabalho do João e da Sara (na imagem) e não consigo não sentir o maior carinho por eles. Também Ophelia, dos Indignu, vem para o top, não tivesse eu gostado tanto do disco e não os levasse dia 7 de Janeiro ao Musicbox. Mas regressemos agora ao início do ano, ao aniversário do blogue no Maus Hábitos, e relembremos S O M A, de azul-revolto, o projecto do Hugo Barão que ainda vai dar tanto que falar. É claro que este EP também está no meu top do ano. A verdade é que todos os projectos que levo aos meus eventos têm discos que para mim são dos melhores. E depois há outros inegáveis, alguns deles nem sequer consegui escrever sobre eles, mas que claramente passaram semanas a rodar no meu carro, como o disco dos Bed Legs (que concertão em Paredes de Coura!), Old Jerusalem (um dos primeiros discos de 2016 a aquecer o coração), Um Corpo Estranho (na verdade continuo também viciada no disco anterior), You Can’t Win, Charlie Brown (esta malta está cada vez melhor!), Noiserv (adorei a estreia só em piano e músicas em português!), We Bless This Mess (o Nelson foi das poucas pessoas a fazer-me chorar este ano num concerto), Sensible Soccers (já não sei quantas vezes os vi este ano, mas não me canso), Samuel Úria (a personalidade do Samuel é uma característica que extravasa no seu trabalho e para mim é o grande ponto forte), Linda Martini (o concerto no Coliseu foi bonito, mas continuo a achar que o de Paredes de 2012 foi o melhor que vi vosso), entre outros. Ah! E um grande abraço ao David From Scotland! Espero que 2017 seja o ano em que ele arranca mesmo! 🙂 

Perdoem-me o estilo livre do texto, não está escrito para que seja daqueles que as bandas partilham, ou quem quer que seja. É realmente um post muito sincero, mais um registo para mim mesma, do que outra coisa, mas também que possa servir para que caso não conheçam algum destes projectos, que vos dê a curiosidade de ir pesquisá-los. Aqui no blogue encontrarão certamente coisas sobre eles. 

Houve um disco que não mencionei e que escolhi destacar como um dos grandes discos do ano para mim, fora estes todos, pelo simples facto de achar que foi o que passou mais despercebido a tanta gente, e que tanto a minha vida “salvou” desde que ficou disponível. Falo de SAHU, de Nial, lançado pela Zigur Artists a 17 de Outubro. A par com o disco do André Barros, In Between, SAHU tem sido aquela companhia fundamental, quando a esperança já parece perdida. É, na minha opinião, um disco de outro mundo. Mas já falei sobre o mesmo aqui no blogue, por isso basta pesquisarem pelo nome. 

A verdade é que a nível musical vivi tanta coisa este ano, tanta, mas tanta… É tão ingrato tentar colocar coisas em tops, com números, com sei lá. Houve um tempo em que me preocupava com isso, em no final de cada ano fazer balanços com classificações e ordens, mas neste momento o meu coração transborda demais com aqueles de que gosto e mesmo a “ordem” em que vão aparecendo aqui as bandas, acontece porque alguma tinha de vir antes da outra, mas não significa que é mais ou menos do que a outra. Foi fluindo e não estou a editar o texto para correcções ou reflexões de se estarei a ferir susceptibilidades. Quem quiser ler isto como está a ser escrito, basta acreditarem que está a ser sincero e que se alguma banda não aparece aqui, não é porque não tenha sido boa ou eu não tenha ouvido, mas é porque no momento em que estou a escrever este post não me veio à cabeça e aí a falha é da minha memória, que anda tão inconstante, coitada. Eheh. 

Venha um 2017 com outros tantos excelentes discos! 

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  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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