Confesso que estava a precisar disto. Uma tour mistura duas das coisas que mais gosto de fazer: tocar ao vivo e road trips.
E quando a malta com quem vais é fixe e a que encontras também, tudo fica mais fácil.
Depois de uma noite tranquila e (finalmente) bem dormida, partimos das imponentes Astúrias em direcção a Saragoça.
Espanha, como Portugal, tem uma coisa que adoro. Fazes 100 km e de repente a paisagem mudou drástica surpreendentemente. Bastou-me adormecer 1 horita no carro e o verde vivo e as montanhas selvagens das Astúrias tinham dado lugar a uma planície laranja e ampla, algures entre Navarra e Aragão.
É numa dessas planícies que fica Saragoça. Enganámo-nos na saída e entrámos pelo lado contrário da cidade. Como somos adeptos do erro aproveitámos para tirar partido disso e dar uma volta rápida já que nestas andanças raramente dá para dar grandes passeios turísticos.
Vimos uma cidade limpa, com vários edifícios de arquitectura contemporânea, bem grande e plana, ideal para se andar de bike. O Javier não foge à regra. É ele que está na foto connosco e que nos acolheu no Robby Robot.
E foi ele também que pediu à Filomena, amiga de Lamego para tratar da janta (já é a 2ª pessoa com raízes em Lamego que passa por nós na tour). Resultado, falhámos o pulpo à gallega mas fomos compensados com bacalhau à braz e salpicão.
Não sei se foi do ambiente familiar que se gerou mas os concertos do Tren Go e da Surma foram para mim os melhores que eles deram até agora. Tocar todos os dias dá-nos confiança e eles transpiraram-na. Improvisaram mais e divertiram-se e isso saiu cá para fora.
Eu abri as hostilidades e aproveitei para continuar a tocar as minhas malhas novas, que me estão toda uma pica renovada.
Há que acordar cedo no dia seguinte, pelo que não fomos para os copos.
Cheira-me que em Barcelona a conversa será outra.
Manuel Molarinho