Fotografia Jorge Oliveira |
Há dias mais estranhos que outros e ontem foi, certamente, um dia recheado de altos e baixos emocionais. Não só ando completamente sobrecarregada de trabalho, como tinha em agenda entrevistar os D’Alva e estar presente no Tributo ao Luís Miguel Rocha, no espaço Porto Editora, na Feira do Livro de Lisboa. O trabalho não rendeu muito, mas felizmente a entrevista aos D’Alva rendeu mais de meia hora de boa conversa, risos e sorrisos, terminando com aquele abraço sempre bom, de quem se quer bem. O percurso dos D’Alva tem sido incrível, mas mais incrível ainda é humildade e o carácter que trazem consigo. Terminada a entrevista dirigi-me para o espaço Porto Editora. Foi ali, precisamente na Feira do Livro de há muitos anos atrás, que conheci o Luís Miguel Rocha. E agora ali me vi novamente, mas para um tributo, três anos após o seu falecimento. O Luís, mais do que um dos autores mais extraordinários do nosso país, era um grande amigo. Uma pessoa sempre de sorriso pronto, sempre disponível, sempre receptivo. O Luís era daquelas pessoas fáceis de falar e tratar, humilde e carinhoso com os seus leitores. Foi precisamente isso que a Porto Editora destacou e conseguiu transportar-nos no tempo mostrando algumas fotografias do Luís com os seus leitores. Em Viana do Castelo foi criado também um prémio literário em nome do Luís Miguel Rocha e as candidaturas encontram-se neste momento abertas.
Acabei por sair da Feira do Livro já ao anoitecer e sem nenhum livrinho novo comigo. Entre sorrisos e lágrimas, enquanto caminhava para o meu carro (uma caminhada de vinte minutos) fui reflectindo sobre uma série de coisas. Não só sobre algumas partes da entrevista com os D’Alva, que foram pertinentes, mas também sobre a efemeridade da vida e como tudo de alguma forma se liga e se entrelaça. O resto do fim-de-semana vai ser dedicado à correcção de projectos dos meus alunos, portanto ainda está pendente a minha ida à Feira do Livro tanto hoje como amanhã. Mas é sempre bom voltar à FLL. Tantas memórias, tanta gente boa que conheci por ali. Os livros têm esta capacidade magnífica de unir as pessoas e a FLL é um excelente local para encontrarmos aqueles que, como nós, encontram alguma paz, ou até um necessário desassossego, nas páginas de um livro.
As fotografias foram são todas do Jorge Oliveira, a quem agradeço, de coração, a paciência e o olhar perspicaz. A entrevista aos D’Alva será brevemente publicada tanto no blogue como na SAPOMAG. Até já!
Fotografias Jorge Oliveira