Queridos leitores, quero-vos lembrar que HOJE É PARA VOTAR, com a devida segurança, claro.
E uma nota: eu não tenho tido muita disponibilidade para fazer scroll no feed das publicações das redes sociais (como o Facebook), mas quando o faço também ganho o instinto de apagar a conta. A todos os fascistas, negacionistas e treinadores de bancada que me leiam, por favor, POR FAVOR, ganhem noção. Ainda não tive tempo de fazer uma limpeza nos “amigos”, mas confesso que também ainda não o fiz por haver pessoas que pensava respeitar e que agora me dão que pensar “como é que é possível dizerem coisas destas”.
Talvez não saibam isto sobre mim, mas tenho trabalhado na modelação da pandemia (com base em dados reais e simulações) à escala global desde Fevereiro de 2020. O que implica que tenha aprendido e enfrentado a dificuldade que é não só prever a evolução da mesma, como também colocar em modelos a quantificação das medidas de mitigação e quão eficazes conseguem ser.
Não há só o problema de se saber o coeficiente de transmissão, mas também a capacidade limitada de testes e a quantidade de assintomáticos. Mesmo os sintomáticos maioritariamente só testam quando os sintomas vão avançados e muitos nem testam. Para se medir a eficácia de medidas de mitigação era preciso saber em avanço em que rácio as redes de contacto diminuem e quão rapidamente. Isto das fronteiras é muito giro, mas por norma, e o que observámos no estudo que fizemos, quando aparece o primeiro detectado já o vírus circula há algum tempo, silencioso.
Agora imaginem o que é modelar uma população tendo em conta estrutura de idades, diferentes coeficientes de transmissão, diferentes tempos de latência, período infeccioso, movimentação e diferentes redes de contacto, mais fluxo de viagens, mais que medidas têm que efeito e quão restrito é necessário para se baixar o número de casos, número esse que é então sempre de informação limitada dado então haver assintomáticos e nem todos os sintomáticos serem detectados…
E agora juntem a isso tomar decisões politicas que mexem com a qualidade de vida, financeira, física e psicológica, de tanta gente, mais a economia, e tantas mais coisas.
Falar é fácil. Sempre foi. Fazer a nossa parte também deveria ser. E fazer a nossa parte, para fechar o círculo, é não só respeitar as normas de segurança em vigor como também, cumprindo-as, exercer o direito de voto para que a democracia vença e não haja margem para dúvidas que Portugal não vai admitir voltar a um regime fascista que não respeita os mais básicos direitos humanos.
E é isto, amigos. Protejam-se, protejam quem vos rodeia, sejam solidários e HOJE VOTEM.