Dia 22 de Junho de 2013
Eram 7h39m quando entrei no comboio na estação Lisboa-Oriente a caminho do Porto. Sendo eu nortenha de coração e havendo tanto a acontecer este fim-de-semana, não podia de todo ficar em Lisboa a imaginar como seria estar no Norte por esta altura do ano.
Fim-de-semana de manifesto Não há feira, mas há escritores e ainda de São João, é sinónimo de actividade frenética pelas ruas do Porto. Eram 17h quando me sentei numa esplanada da Praça da Liberdade e constatei que a tarde ainda tinha muito para dar. Passados uns minutos já se viam escritores por todo o lado, a banquinha com os livros à venda estava sempre cheia de gente e os curiosos que passavam e paravam era mais que muitos.
Tal como tinha sido prometido pela organização do evento, cada autor deu o seu contributo no que toca à sua manifestação de desagrado perante a não realização da Feira do Livro do Porto. Vários aspectos foram apontados, mas o que realmente mais me tocou foi o testemunho em que se apontou claramente a falta de solidariedade com os autores e leitores. Como todos deverão ter noção, é nas feiras do livro que acaba por haver um pico de consumo literário e principalmente de interação com os nossos autores. Ora, não havendo feira, perdem os nossos autores por não venderem, perdem os leitores por não terem oportunidade de conhecer mais e melhor no que toca a literatura e, portanto, o descontentamento é certo e unânime.
Lembram-se do texto que eu escrevi para dar o meu contributo à causa? (https://branmorrighan.com/2013/06/opiniao-blog-morrighan-manifesto-nao-ha.html) Pois bem, todos os textos foram afixados em árvores e qual não foi a minha surpresa quando me deparei com o meu numa! Pensava que só os dos escritores é que iam ser afixados e acabei por ficar extremamente comovida e orgulhosa.
A tarde continuou com a leitura de alguns dos textos, a venda de livros, conversas e sessões de autógrafos improvisadas com os autores, enfim, um sem número de actividades que eram o regalo de qualquer leitor com orgulho no que é nacional.
A cidade do Porto mostrou que está bem viva e que tem voz. Ah, e que essa voz jamais será calada! Um verdadeiro orgulho. Sei que eles não vão ficar por aqui e só espero que o próximo governante do Porto tenha um pouco mais de bom senso e que não queria emburrecer e embrutecer o seu povo.
Os meus dois escritores portugueses favoritos: Luís Miguel Rocha e Afonso Cruz |
Quem me dera ter podido estar presente. Sobretudo, porque poderia ter estado com alguns dos meus escritores preferidos. Oxalá a Feira volte em grande.
Ontem também correu bem! 🙂
Que bom :))