Contos Russos
Leonid Andreev, Fiódor Dostoiévski e Lev Tolstói
Editora: Editorial Presença
Coleção: A Biblioteca de Babel
Nº na Coleção: 14
Data 1ª Edição: 15/06/2010
Nº de Páginas: 192
LIVRO
A minuciosa burocracia, exaltada satiricamente, é o tema essencial da inacabada fantasia de O Crocodilo de Dostoiévski. Prefigurando Kafka, a situação gira sobre si mesma e vai revelando os caracteres. Pode ser considerada arbitrária a vizinhança, neste volume, de Andréev e de Dostoiévski. Deveria no entanto observar-se que os dois coincidem no ímpeto patético e na desconsolada visão de um mundo hostil. O Lázaro de Andréev, depois de passar pela morte, sente que aqui na terra tudo é inconsistente. e no seu olhar atroz parece estar escrito o fim. Nos dois textos precedentes, o elemento fantástico é claro desde o princípio. Em A Morte de Ivan Illitch, de Lev Tolstói, a revelação sobrenatural chega, inevitável e surpreendente, como a última experiência de uma alma.
Jorge Luis Borges
AUTORES
Leonid Andréev (1871 – 1919) nasceu na província de Oryol, na Rússia, foi um dramaturgo, escritor e fotógrafo russo, líder do movimento expressionista na literatura russa e um dos escritores mais bem sucedidos da Rússia de 1902 até 1914. Após uma breve experiência como jornalista, tornou-se escritor de contos e teatros. Ingressou ainda na vida política activa, radical, através do seu amigo Maximo Gorki.
Fiódor Dostoiévski foi um dos grandes percursores, como Emily Brontë, da mais moderna forma de romance, exemplificada em Marcel Proust, James Joyce, Virginia Woolf, entre outros. Filho de um médico militar, aos 15 anos é enviado para a Escola Militar de Engenharia de S. Petersbugo. Aí, desperta-lhe a vocação literária ao entrar em contacto com escritores russos e com a obra de Byron, Victor Hugo e Shakespeare. A sua estreia na Literatura acontece em 1846 com a obra Gente Pobre. Foi condenado à morte em 1849, por implicação numa suspeita conjura revolucionária. A pena foi-lhe comutada para trabalhos forçados na Sibéria. Amnistiado em 1855, reassumiu a actividade literária e em 1866, com Crime e Castigo, marca a ruptura com os liberais e radicais a que tinha sido conotado.
Considerado como um dos nomes maiores da literatura, este escritor, filósofo, pedagogo e até profeta, foi um defensor acérrimo das minorias e dos mais desfavorecidos, e um dos primeiros a insurgir-se contra a escravatura. Apesar das muitas perseguições a que foi sujeito, Tolstói encontrou na escrita um refúgio e foi de forma sábia que abordou temas tão inquietantes quanto complexos. Entre 1865 e 1869 escreveu e publicou aquela que é talvez a sua obra-prima e uma das maiores criações literárias de sempre: Guerra e Paz.